segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Um estrépito pequeno soou. Era a chuva. Os pingos leves caiam sobre a janela. Não era uma tempestade, ao contrário, tratava-se de uma chuva de verão. Minha cabeça se encostou à janela. Fechei os olhos, respirei aquele ar que parecia infiltrar-se entre as pequenas frescas do recinto. Inalava àquele cheiro de grama molhada. Apertei mais os olhos, eu desejava guardar aquele aroma natural.
Sempre quis ser como uma chuva de verão. Leve, prazerosa na vida das pessoas, uma benção. Que dá alívio em meio ao calor infernal. A única que eu não desejava ser, era passageira. E meu avô sempre dizia que eu era especial. Que apenas meu sorriso iluminava um dia nebuloso. Talvez ele tenha razão. Ou... Não.
Meus olhos abriram-se, eu fitei aquele mundo sem sentido através da janela. Não havia nada naquele lugar que eu desejasse. As pessoas não me atraiam, a pequenez daquele lugar sufocava-me. Gostava apenas quando a chuva caia. Aquilo me acalmava e eu sabia que esse era o mesmo efeito em inúmeras pessoas. Calmaria e alívio em meio há tempos torturantes é, praticamente, um dom.
Desculpa, mundo. Não sirvo para isso. Quero só minha chuva de verão, um bom livro e pessoas de verdade. Só.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Nayara!
Eu me identifiquei muito com seu post. Eu tbm queria ser uma "chuva de verão" para as pessoas (mas nunca passageira). Gostei do seu Blog, vc escreve super bem e sabe passar emoção em suas palavras. Adoro esses tipos de post com textos assim (Vc ja deve ter percebido q no meu Blog a maioria dos post são assim). E estou seguindo você!!!
Obg pela visitinha no meu Blog e pelo comentario...
Tenha um ótimo dia!
:3